Discurso do Secretário Geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, na última sexta-feira do mês de Ramadan dia 22 de Maio por ocasião do Dia Internacional do AL-Quds.
Redação do site
Em um discurso proferido por ocasião da celebração do Dia Mundial do Al-Quds, no qual ele fez um balanço do confronto do eixo de resistência contra o eixo americano-israelense, o secretário geral do Hezbollah Sayyed Hassan Nasrallah listou suas façanhas importantes e estimou-se que todos os projetos americano-israelenses no Líbano, na Síria, no Iraque, no Irã, no Iêmen terminaram em fracasso, insistindo no fato de que o principal combate do eixo da resistência é contra os Estados Unidos, que é o grande padrinho de Israel e que usa sua hegemonia no mundo para garantir sua superioridade e existência.
Os inimigos que estamos combatendo são os americanos. Portanto, a nossa batalha na verdade será longa, difícil e exigirá sacrifícios. O Sayyed citou detalhadamente as diferentes áreas nas quais o projeto israelense-americano foi derrotado, destacando a importância das façanhas e dos ataques, contra este superpotência mundial.
Segundo ele, com o acordo do século, Donald Trump anexou além da cidade de Jerusalém AL-Quds, o Golã sírio e a Cisjordânia, é claro que não há : « Não se trata mais da solução de dois estados ou de um estado palestino ».
« O máximo que eles podem dar é um tipo de autodeterminação muito limitada », disse ele. Referindo-se aos países árabes que defendem a normalização das relações com a entidade sionista, o Sayyed criticou fortemente, pois se tornaram amigos de Israel e ofereceram seus serviços com bom senso. Considerando que essa política é contrária às aspirações dos povos árabes que « se tivessem uma plataforma real para expressar sua opinião teriam expressado sua rejeição a esse projeto, que é semelhante à traição ».
Nasrallah garantiu que não cabe a nenhum líder, país ou poder desistir da Palestina que pertence exclusivamente aos palestinos, e prestou homenagem à resistência do povo palestino, da qual nenhum componente seu deu consentimento ou aceitou o acordo do século.
Em relação aos desafios que o eixo de resistência enfrentaria em um futuro próximo, ele excluiu os cenários de guerra nos quais o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu havia apostado, no ano passado, e previu o de sanções econômicas, em todos os lugares especialmente no Líbano.
No entanto, Nasrallah afirmou que no contexto da pandemia do corona vírus, o mundo está no caminho de uma nova ordem internacional « Em direção a uma nova América, uma nova Europa, uma nova China ».
« Estamos caminhando para novas oportunidades e talvez para novas ameaças. Os pilares do acordo do século, notadamente Trump, Netanyahu e Mohamed Ben Salman, se enredam em seus próprios problemas », ele diagnosticou, concluindo que o futuro guarda grande esperança para o eixo de resistência e para quem o apoia.
As principais ideias do discurso
O Dia Mundial do Al-Quds chega este ano em conjunto com a celebração da Nakba, que instituiu o estabelecimento da entidade sionista, esse tumor cancerígeno, esse mal absoluto, com tudo o que se seguiu. Também intervém na celebração da vitória de 25 de maio de 2000, que iniciou as vitórias e as grandes mudanças na região, na Palestina, e na luta contra o projeto sionista de libertação da Palestina.
O discurso terá duas partes:
No primeiro, será necessário recordar as bases que governam esse confronto travado contra o projeto sionista.
No segundo, haverá uma visão histórica e um resumo da situação atual, para identificar a posição adotada por nossa parte e as responsabilidades que devemos assumir.
Primeira parte:
Uma constante base religiosa que perdura
Quando o Imam Khomeini anunciou o dia de Al-Quds, foi o culminar de uma longa jornada de luta que essa posição religiosa havia endossado, desde o início dos anos 60.
Uma das razões que a motivou durante os anos de confronto com o Xá foram suas relações privilegiadas com os EUA e Israel.
Um dos slogans de sua batalha foi a questão da Palestina e do Al-Quds. Esta posição foi expressa desde o início de Nakba e o estabelecimento dessa entidade usurpadora.
Também resume as posições das grandes referências religiosas de Najaf e Qom sobre a questão da Palestina e Israel. Levando em conta as posições das grandes referências religiosas, nossa posição é ideológica, dogmática, religiosa, filosófica, nacional e, portanto, é imutável e não pode ser alterada em nenhum caso.
Quem acredita que a resistência atual é apenas uma expressão de entusiasmo juvenil que pode se dissipar ao longo do tempo ou que depende de ganhos políticos momentâneos, ou quem pensa que pode mudar isso através de guerras, ameaças, sanções, embargo, fome, se enganar muito. Afirmando que este crime de roubo nunca poderá se tornar legal.
É proibido desistir da Palestina
Portanto, não é permitido que alguém renuncie à Palestina ou qualquer parte dessa terra e a conceda a alguém que não seja o povo palestino
Ninguém além do povo palestino tem o direito possuir essa terra natal e os lugares sagrados. Também é responsabilidade da Ummah islâmica ajudá-lo. Isso faz parte de seu dever, que ela terá que prestar contas no dia do julgamento, quando Deus nos questionar sobre nossas ações e a posição que assumimos com um povo que foi expulso de seu país.
A resistência em todas as suas formas é a única maneira de restaurar a terra, os lugares sagrados e os direitos usurpados. Todos os outros meios só levam a um impasse, como vemos muito bem hoje.
As batalhas de libertação ao longo da história não ocorrem em alguns anos. Às vezes, eles precisam de várias gerações, dezenas de anos ou até centenas para alcançar seu objetivo.
A duração da batalha não deve de maneira alguma levar ao desespero e à renúncia.
Mesmo que uma geração não consegue terminar a guerra ou concluir o confronto, ela não poderá, em caso algum, reconhecer ou aceitar a ocupação. Deveria se contentar em exercer resistência passiva, mas nunca dobrar ou admitir tal ocupação. Deve dar oportunidade às gerações futuras que possam alcançar a vitória.
A fraqueza dos meios e as capacidades vantajosas do inimigo não podem ser uma causa para capitular a ocupação.
As forças de ocupação sempre acabam sendo derrotadas
Uma das razões pelas quais as forças de ocupação são derrotadas, entre outras coisas, quando estão cientes de que sua manutenção e a continuação de sua ocupação lhes custam muito. Como vimos em alguns casos contemporâneos, no Vietnã e no sul do Líbano, quando o inimigo finalmente concordou em se retirar porque a presença deles estava se tornando muito cara para eles. Outra razão para que eles sejam retirados do país é a fraqueza do estado central ocupante e seu colapso por razões econômicas, políticas, sociais entre outras.
As duas causas podem muito bem se unir para acelerar as retiradas dos ocupantes, como foi o caso dos grandes impérios.
Isso é aplicável à entidade inimiga que está lutando com dificuldades internas com a corrupção que atingiu o chefe do regime e estes problemas estão ficando sem soluções.
A batalha contra a superpotência americana
O principal estado que apoia essa entidade é os Estados Unidos, que podem um dia entrar em colapso e não poder mais apoiar Israel. Isso certamente acontecerá. É só uma questão de tempo.
O caminho da luta tem que ficar sempre claro para nós: As nossas lutas estão contra a ocupação israelense, aparentemente, mas nas profundezas é contra os Estados Unidos, com os sucessivos governos americanos.
Israel é o quartel ou a primeira frente dos Estados Unidos na região.
Seja nos casos libaneses ou palestinos, que apóiam Israel militarmente, em equipamentos e tecnologia militar, em termos de segurança ou economia, a ajuda chega a bilhões de dólares a cada ano, sem mencionar manobras militares conjuntas. Os Estados Unidos exploram sua hegemonia no mundo em nome de Israel, e isso pode ser visto em relação aos crimes contra o Líbano, pois o estado americano nunca permitiu que Israel seja condenada.
Os EUA estão investindo todas as suas relações internacionais pelo bem de Israel. Se alguém quer ser rei ou presidente ou chegar ao poder, deve ter um programa de ação para o benefício de Israel.
Israel é o portal para se aproximar dos EUA. O Sudão, para acabar com as sanções econômicas, é forçado a se sentar com Netanyahu. O último faz acreditar que a normalização é fruto de seus esforços políticos, isso é falso. É o resultado da vontade americana e da pressão americana.
Os EUA exploram sua hegemonia para consolidar Israel, consagrar sua superioridade na região e impor aos governos e regimes da região.
A verdadeira batalha é contra os EUA, que iniciam guerras em todos os lugares para consolidar Israel, como a guerra de Saddam, como muitas guerras que estão ocorrendo atualmente para conter a resistência em nossa região.
Digo isso para realmente descrever esta batalha, dizendo que será longa , difícil e exigirá sacrifício. Temos que deixar claro a escala das façanhas e vitórias alcançadas que conseguimos lutando contra a superpotência mundial.
Deve-se notar que, o projeto EUA israelense não defende dois estados nem admite um estado palestino.
Após a anexação de Al-Quds, do Golã sírio ocupado, virá a anexação de uma parte da Cisjordânia, depois de toda a Cisjordânia. Isso significa que os israelenses vão ordenar tudo e só podem aceitar uma farsa de autodeterminação limitada aos palestinos.
Segunda parte:
Reveses americano-israelenses
No atual ambiente de conflito, há países que emergiram do confronto, da equação, como regime. Eles se preocupam com seus próprios problemas ou se trancam em suas fronteiras.
Outros deixaram a equação, sem permanecer neutros. Eles ajudam o inimigo, não militarmente, mas rastreando os palestinos em seu solo, classificando-os em suas listas de terroristas, reprimindo-os, votando a favor de Israel em órgãos internacionais. Esses estados se tornaram amigos e partidários de Israel e ferozes adversários do povo palestino.
No entanto, alguns estados estão no centro da equação, mas são uma minoria como o Irã e a Síria. Também existem forças, organizações populares como no Iêmen, no Bahrein, no norte da África, na Nigéria, no Líbano e no Iraque.
Os estados da resistência são, portanto, limitados, mas não são fracos, fazem parte do chamado eixo da resistência. Eles lutam contra o eixo EUA- Israelense, para o qual os estados da região oferecem serviços importantes, como a guerra no Iêmen e a repressão do povo no Bahrein, entre outros.
Em alguns casos, os israelenses e os EUA fracassaram, onde triunfamos, não porque são fracos, mas por causa dos sacrifícios feitos pela resistência de nosso eixo, graças a seus atos corajosos e perseverantes.
Essa leitura e essa visão dos fatos nos inspiram com esperança e determinam nossas responsabilidades pela Palestina.
Xadrez sem fim contra o Irã
De acordo com a visão, o Irã é o principal peso do eixo da resistência. E é o mais direcionado. No ano passado, os EUA e os israelenses apostaram na queda do poder iraniano ou pelo menos na mudança do seu comportamento na questão israelense-palestina. Trump, com a sua retirada do acordo nuclear e o restabelecimento de sanções contra Irã esperava que houvesse um movimento de protesto no país devido às dificuldades econômicas. Lembramo-nos muito bem de quando John Bolton disse que iria celebrar o Natal em Teerã no final de 2019. O ano acabou e Bolton saiu e o poder iraniano permaneceu.
Os líderes israelenses também estavam apostando nessa escolha e haviam exercido muita pressão para que os EUA se retirassem desse acordo.
Hoje, todos são unânimes em dizer que essa política fracassou, graças à perseverança e resistência do Irã, seu poder e seu povo, outro país teria entrado em colapso, mas não o Irã.
Eles especularam sobre uma guerra dos EUA contra o Irã. Netanyahu era um deles. Mas seus cálculos terminaram em fracasso. Eles acreditavam o mesmo com o assassinato de Soleimani e Mohandes. Mas quando a base de Ain Al-Assad foi bombardeada e Trump retrocedeu sua resposta em apenas um drone americano abatido pelo Irã, e o cenário da guerra assombrou o mundo mais do que nunca.
Eles apostaram em grupos takfiristas no Irã e nas regiões da fronteira leste e oeste, mas sem sucesso.
O mesmo aconteceu com a pandemia do coronavírus. Eles esperavam que o Irã fosse enfraquecido, mas suas esperanças foram abaladas e o Irã emergiu mais forte, segundo a OMS. Enquanto são os EUA e as outras grandes potências que parecem inteiramente perdidos e oprimidos pela pandemia.
No final, os EUA e Israel estão apostando em sanções contra o país iraniano e suas repercussões nos estados que o apoia.
De qualquer forma, o Irã permaneceu firme e poderoso, como o Imã Khamenei expressou muito bem: « Sim, podemos falar com confiança de um revés israelense e americano e de uma firme posição iraniana que conseguiu se afirmar ».
Evolução iraquiana em favor da resistência
No Iraque, houve uma transformação a favor da resistência, seus movimentos, e cultura. A posição do Iraque, a presença de Rashd Al-Shabbi não cabe aos interesses israelenses que insistiam em destruir o Iraque, seu exército, sua economia.
Durante a invasão do Iraque, o lobby israelense nos EUA apostou em destruir este país para fazer parte desse eixo americano-israelense.
Os EUA e os israelenses agiram através de grupos takfiristas e iniciaram a guerra sectária: a unidade e a resistência do povo iraquiano, a vitória contra o Daesh e a continuação dessa batalha são pontos fortes na direção certa dos interesses da resistência.
Vitória síria sobre a guerra mundial
A posição da síria no passado e hoje é clara e não precisa de explicação. Foi o tema de uma guerra mundial, que triunfou, porém restam algumas batalhas restantes em certas regiões, mas o poder sírio foi restaurado.
O projeto EUA Israelense queria derrubar este poder e manter uma zona de segurança no sul da Síria, além de explorar as oportunidades para impedir que o exército sírio recupere sua força, obrigar os iranianos e as facções da resistência a se retirar do país para manter seu domínio sobre o leste do Eufrates, apostando no lado curdo.
Mas os resultados foram uma grande vitória do eixo da resistência e uma grande derrota no eixo EUA-Israel.
Alguns grupos internos sírios estavam dispostos a alugar o Golã sírio a Israel por 99 anos. Agora eles estão apostando em sanções e na lei de César para fortalecer o embargo contra a Síria. Mas graças aos sacrifícios feitos, o fiasco israelense e seus objetivos não puderam ser alcançados.
No Iêmen, resultados opostos
No Iêmen, a guerra é dos americanos que fornecem todo tipo de apoio à coalizão saudita, e está claro que um dos objetivos deles é impedir o surgimento de uma força de resistência iemenita liderada pelo movimento Ansarullah. Eles não queriam uma oposição neste país que goza de uma importante posição estratégica e geográfica.
Após seis anos de guerra, os resultados são o oposto do que os americanos esperavam e são incapazes de mudar as equações no campo. A resistência lá ficou mais forte do que nunca. Possui indústrias militares, mísseis e tropas capazes de liberar grandes áreas.
Se o Iêmen foi derrotado, o Mohamed Bin Salman teria sido triunfado e apresentado como um herói e teria imposto com confiança o acordo do século.
Medo de guerra com o Líbano
No Líbano, há um impedimento. Israel teme mais do que todo o cenário de uma guerra. Mesmo que essa dissuasão seja bilateral, nos dois lados da fronteira, isso constitui um feito para o Líbano, porque a conjuntura sempre foi favorável a Israel.
Um de seus objetivos, que era impedir a evolução das capacidades da resistência, também foi um fracasso, apesar de seus ataques perpetrados na Síria pelas operações de transferência de armas, segundo eles dizem.
No ano passado, os israelenses apostaram em desenvolvimentos internos muito mais do que em suas próprias capacidades, vimos sua posição em relação ao movimento de protesto que eclodiu em outubro de 2019. Eles especularam uma reversão do meio ambiente Shia contra resistência. Eles ficaram surpresos com os resultados das eleições legislativas de 2018.
Hoje, os israelenses contam com sanções dos EUA, oferecendo ajuda financeira aos libaneses em troca de assinar acordos com Israel para a solução das questões das fronteiras marítimas e terrestres. Falaremos sobre isso em detalhes mais adiante.
Mas quero dizer que os países que capitularam ainda estão com fome e não saíram de seus problemas e dificuldades. No entanto, eles não os ajudaram. Enquanto isso, nós conseguimos preservar a nossa soberania graças a nossos recursos humanos, nossas próprias capacidades, nossa vontade e nossa perseverança. Não é verdade que somos inevitavelmente confrontados com duas opções. Podemos preservar nossa riqueza e nossos recursos de hidrocarbonetos e não passar fome.
Palestinos ainda resistem Netanyahu às pressas
Na Palestina, durante o ano passado, ficou claro que os israelenses estavam ansiosos para alcançar seus objetivos.
Na Síria, Iraque, Iêmen, Palestina, houve sinais de resistência e suas tentativas de levar o povo de Gaza contra a resistência fracassaram, tendo como objetivo os israelenses em Gaza impedir o progresso da resistência, mas isso não confessou aos israelenses e ouvimos líderes palestinos dizerem que eles tinham mísseis que atingiram todas as áreas da Palestina ocupada.
Na Cisjordânia, vimos como as operações da resistência dos jovens palestinos continuam inabaláveis.
Após os desenvolvimentos desde o ano passado, quando Trump, com toda a sua arrogância, impôs o acordo do século, eles foram surpreendidos pela posição palestina, pelo consenso palestino. Ninguém assinou o acordo, especialmente sobre Al-Quds. Este fiasco é devido à coragem dos palestinos, seu consenso, resistência e paciência e vontade.
É por isso que Netanyahu quer agir rapidamente, antes que Trump saia, porque a vitória dos democratas nas próximas eleições presidenciais poderia ser uma mudança de jogo, eles teriam uma abordagem diferente.
Após a anexação de Al-Quds, e Golã, eles querem avançar em direção à anexação da Cisjordânia. Antes de Trump sair, ele quer se livrar da solução de dois estados de uma vez por todas que poderia ser adotada pelos democratas se eles vencessem na próxima eleição presidencial.
Devemos prestar homenagem à resistência dos palestinos, em todos os lugares, dentro da diáspora, aos Jerusalémitas, e apesar de tudo a que estão sujeitos, sanções, repressões, prisões, destruição de seus lares. Ninguém no mundo tem o direito de acusá-los de terem renunciado à sua terra natal e à sua causa. Eles mostram perseverança muito significativa.
No que diz respeito à normalização de certos governos árabes, antes que eles dissessem que o emprestariam após a paz global, eles fazem o oposto, e isso devido às pressões americanas, sem dúvida. Essa normalização deve ser denunciada. Cabe aos religiosos fazê-la.
Os povos árabes e muçulmanos também devem expressar sua rejeição a essa normalização. Sabendo que essa normalização foi um fiasco nos casos egípcio e jordaniano. É puramente político, não popular.
A vontade dos povos árabes e muçulmanos, se lhes fosse permitido expressá-lo, recusa na íntegra esse processo que é uma questão de traição e haram .
Rumo a um novo cenário internacional
Durante este ano de 2019-2020, veio o martírio do grande comandante Hajj Soleimani, que era um pilar do eixo de resistência e de Abu Mahdi Al-Mohandes, que estavam entre as vozes que exigiram que o Iraque assumisse suas responsabilidades.
Esse martírio é certamente uma grande perda para nós, mas o sangue deles poderá iluminar o caminho desta marcha em direção a seu feliz resultado.
Para concluir, no ano de 2019-2020, houve algum progresso americano-israelense em determinadas áreas, mas devemos falar sobre os contratempos que submetemos ao seu eixo, o mais importante é o ter limpado o obstáculo da guerra comunitária que planejavam na região.
Precisamos ter uma visão no horizonte:
A escolha das guerras militares no momento parece ser descartada pelos israelenses e pelos americanos, mesmo no Líbano, mas não tenho certeza de nada. Eles atuarão na questão de sanções e fome.
Enquanto isso, precisamos desenvolver nossas capacidades, ser pacientes e perseverar. Onde os sacrifícios são necessários, eles devem ser feitos. O inimigo nunca será capaz de impedir esse processo e não deve apostar que pode encurralar o Hezbollah. As regras dos jogos estabelecidas no final da guerra de 2006 ainda estão em vigor, e seus cálculos não estão errados. Você precisa enfrentar a guerra psicológica e ler os eventos objetivamente e aguardar as mudanças que podem ocorrer de um ano para o outro.
Hoje, os principais especialistas dizem que os Estados Unidos perderam sua liderança global em meio à disseminação da pandemia de coronavírus. Os EUA se preocupam com seus próprios problemas econômicos: recessão, desemprego, casos contaminados e mortes.
Encontraremos-nos diante de uma nova América, diante de uma nova Europa ou até de uma nova China.
Estamos caminhando para uma nova conjuntura internacional que criará novas oportunidades que não existiam no passado e também gerará novas ameaças.
Em relação ao acordo do século, seus pilares desmoronam um após o outro, Trump, Netanyahu e MBS, encontram-se em uma situação crítica e agora estão envolvidos em seus problemas internos.
Não há liderança mundial para lidar com o coronavírus. Até a Organização Mundial da Saúde é alvo de um feroz ataque americano.
Esse ambiente abre novos horizontes e nos dá esperança de que podemos desfazê-los, com nossa unidade, nossa perseverança, nosso senso de responsabilidade e enfrentando sanções.
Estamos ansiosos para o próximo ano com grandes esperanças, estamos confiantes de que as pessoas apóiam esse processo.
FIM
Source: Al-Manar