Discurso do Secretário Geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, terça feira 16 de Junho de 2020, sobre os recentes desenvolvimentos locais e regionais
Redação do site
O secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, não mediu palavras em seu discurso na terça-feira à noite. E por boas razões, a situação econômica e monetária pela qual o Líbano está passando é tão complicada que foi chamada de « situação de guerra ».
Uma situação que só pode ser enfrentada « em espírito de guerra », em suas palavras.
Melhor ainda, disse Hassan Nasrallah, direta e francamente, ameaçando todos aqueles que atacam a resistência, sem nomeá-los: « Aquele que quer nos matar com armas ou fome, sabe que vamos guardar nossas armas e o mataremos, Nós o mataremos, Nós o mataremos ».
Marcando seu discurso em três partes:
A situação política e de segurança no Líbano, a situação econômica e monetária e a Lei Cesar. Além disso, o secretário geral criticou o papel dos EUA na depreciação da lira libanesa em relação ao dólar.
A questão do dólar é uma conspiração americana contra o Líbano, seu povo, sua estabilidade e sua economia. E há pessoas dentro que gerenciam esta operação. De fato, de acordo com informações oficiais e de acordo com os registros do último período, foram retirados 20 bilhões de dólares dos bancos! « Quem os tirou”?
Acrescentou ainda: « Há um banco libanês protegido por partidos políticos que, desde agosto de 2019, coletou dezenas de milhões de dólares e os transferiu para fora do país ».
E para continuar: « Os americanos impedem a transferência de dólares em quantidades suficientes para o mercado libanês, sob o pretexto de que o Hezbollah compra dólares para enviá-los à Síria e ao Irã », objetando « somos nós que bombeamos dólares no Líbano, e não somos nós que os reunimos ».
Dirigindo-se aos americanos, Sua Eminência afirmou: « Não nos renderemos e não nos dobraremos sob a pressão da fome » acrescentando « Aqueles que apostam em nossa fome, asseguro-lhes que não teremos fome e não vamos deixar o Líbano estar com fome ».
Apesar do tom firme e ameaçador de seu discurso, Sayyed Hassan propôs soluções para a crise econômica, apresentando projetos propostos pela China no Líbano: « As empresas chinesas estão oficialmente prontas para construir usinas hidrelétricas no Líbano e estão prontas para executar o projeto do túnel que liga Beirute ao Bekaa. Segundo informações confirmadas, as empresas chinesas estão prontas para iniciar um projeto para a construção de uma linha ferroviária que liga Trípoli a Naqoura ».
E assim, Nasrallah considera:
« Inaceitável que o estado libanês permaneça assustado pelo governo americano » insistindo na necessidade de « abrir-se a outros países para atender às necessidades do Líbano sem precisar de moeda forte para a economia do país ».
Em relação ao ato do César, Sua Eminência afirmou que « Este ato é a última arma dos Estados Unidos diante da vitória da Síria na guerra universal que lhe foi imposta. O ato do César é a prova da vitória da Síria na guerra militar”.
E para continuar: « Os aliados da Síria, que a apoiaram politicamente e militarmente, não a abandonarão diante da guerra econômica e não permitirão que ela caia ».
Finalmente, na seção sobre a situação política e de segurança no Líbano, sua eminência condenou veementemente atos de violência e bandidos que destroem propriedades públicas e privadas sob o pretexto de fome « porque isso é contra a lei ».
Mas, ele difamava especialmente aqueles que insultam personalidades religiosas ou simbólicas, porque isso é contrário à religião, à moral, à lei (..) como atacar Sayyda Aicha, a mãe dos fiéis e as esposas do Mensageiro de Deus, Mohammad (P), a fim de provocar discórdia confessional. « São agentes dos EUA ou sionistas que buscam sabotar a paz civil no Líbano ».
Dirigindo-se aos libaneses, e todas as comunidades juntas, o líder da resistência libanesa explicou como reagir a esses insultos entre comunidades para impedir que eles deslizem o país para a insegurança e o caos.
Principais pontos de seu discurso:
Antes de começar, gostaria de enviar minhas condolências à Ummah Islâmica pela ocasião do mártir Imam Jaafar Al Sadeq, sexto Imã que construiu universidades e escolas religiosas (sob o Império Abássida) e que estabeleceu a doutrina jafarita a que nos referimos em nossa jurisprudência. Permitiu a divulgação de ciências religiosas e textos islâmicos. Ulemas e estudiosos vieram de todo o mundo para questioná-lo sobre ciências islâmicas, a história dos profetas, imãs, filosofia…
O falecido Ramadane Challah, um líder da resistência, um homem de coragem e coração forte
Da mesma forma, gostaria de expressar mais uma vez minhas condolências à família do falecido, nosso irmão, Dr. Ramadan Abdallah Challah. Minhas palavras estão dirigidas a sua família na Síria, na Palestina, irmãos e irmãs no movimento de resistência da Jihad Islâmica Palestina e todos os movimentos da Resistência dos palestinos. Este homem foi um grande mujahid, batalhador, pensador, e devemos organizar para ele no Líbano cerimônias de luto digno de sua luta, de sua pessoa, pois sempre foi um dos importantes membros na jihad contra a ocupação israelense.
O irmão Challah era um comandante racional e sábio e, para nós, um irmão e um amigo leal. Pessoalmente, sinto que perdi um amigo, porque tínhamos a mesma idade e muitas vezes nos encontramos em várias ocasiões, e eu o conheço intimamente e posso testemunhar que, esse irmão sempre foi fiel à causa palestina e ao povo palestino e acreditava na resistência até o fim, desfrutava de todas as qualidades que um comandante em chefe deveria ter, além de ser um homem de conhecimento. Ele estava muito preocupado em fortalecer e preservar a unidade palestina e islâmica.
Challah também tinha o lado sentimental: uma qualidade muito importante para qualquer líder, contrário de muitos líderes mundiais que são apenas ferramentas sem sentimentos para chegar ao poder e alcançar suas ambições. Hoje em dia estamos passando por momentos difíceis e o povo palestino enfrenta uma trama sem precedentes, principalmente na questão da anexação da Cisjordânia, precisa mais do que nunca de uma pessoa como Ramadan Abdallah Challah.
O falecido Farhat, o homem da primeira geração da resistência
Também é meu dever falar de um irmão mujahid que nos deixou: O Hajj Hassan Farhat, conhecido como Hajj Abu Ali, que pertencia à geração que criou e formou a resistência islâmica. A criação dessa resistência não pode ser atribuída a um pequeno grupo. É uma geração inteira que decidiu deixar tudo nesta vida e ofereceu sua vida, sua juventude, sua fortuna para a resistência islâmica.
Ele é um irmão que começou na resistência como um mujahid participando das batalhas, depois se tornou um treinador nas unidades de resistência, depois liderou as unidades para enfrentar os israelenses no cinturão de fronteira no sul do Líbano, pois estava encarregado das operações diretas. Também participou da guerra na Síria e desempenhou um papel importante na batalha de Halab; ficou até o último suspiro para cumprir sua missão e assumir suas responsabilidades.
Abou Ali era muito delicado, sutil, com grande humildade, ele era um exemplo em termos de líder, em seu comportamento em nível pessoal e profissional. Não gostava de aparecer na mídia, sempre preservava o seu trabalho. É nosso dever organizar cerimônias de luto dignas de sua pessoa, mas as circunstâncias ligadas à corona vírus nos impedem de fazê-lo.
Respondendo a rumores e acusações
A questão da renúncia do governo ou de um golpe de estado que está se preparando contra o governo é um boato que circula nas redes sociais e que não tem fundamento. Mas prova que a mídia deve evitar espalhar esse tipo de boato que poderia levar o país à instabilidade e ao caos.
Por exemplo, o que aconteceu nos últimos dias após o boato de que o dólar subiu para 7.000 LL, foram levantadas vozes para acusar a dupla xiita de Amal e Hezbollah de querer derrubar o governo, enquanto essas mesmas vozes nos acusam de dominar o governo. Que contradição!!
Então, esses são rumores que não têm base porque se contradizem.
O fortalecimento da segurança e da estabilidade do país é necessário e essencial para nós, não se trata de permitir a disseminação desses rumores que semeiam discórdia e causam instabilidade na segurança. Portanto, somos a favor da estabilidade e não do caos, porque não serve ao nosso interesse.
1559 não é a demanda dos manifestantes
Alguns pediram protestos recentes contra a fome e o aumento do dólar pela implementação da resolução 1559 ou pelo desarmamento da resistência. Essas vozes procuram fazer com que os manifestantes de 17 de outubro se inclinem contra uma questão que é muito pesada e complexa. Essas vozes oprimiram os manifestantes de 17 de outubro, porque muitos deles acreditam que as armas da resistência não são um problema, essas vozes cometeram um erro ou até um pecado.
A questão das armas da resistência não é uma questão primordial, porque o problema real é a situação econômica e monetária, as condições de vida, as manifestações, portanto, são justificadas e naturais para esse tipo de reivindicação. No entanto, a exigência de aplicar a resolução 1559 prejudicou o movimento de protesto, pelo contrário, provocou uma divisão entre os manifestantes e provou seu fracasso.
Eu apelo para saber como consertar as coisas: falar contra as armas da resistência não apresenta problemas, porque todos são livres para expressar sua opinião sobre essa questão, mas não é a hora. Existe um processo inteiro entre as forças políticas para debatê-lo, mas explorar o movimento de protesto para tentar impor sua opinião sobre uma questão tão espinhosa não serve para alcançar os objetivos do movimento de protesto.
Pior, alguns afirmaram que foi o Hezbollah quem lançou insidiosamente esse apelo para frustrar o movimento de protesto, aqueles que demonstraram estupidez sem precedentes. Para as forças políticas que incentivaram esse chamado e que são conhecidos, eu lhes digo: podem dizer o que quiser sobre as armas da resistência, mas se quiserem levar a sério essa questão, pelo menos saibam como escolher um método eficaz.
Se fosse a questão, eu apresentaria um caminho, um conselho, para convencer o público e o povo da resistência da ineficácia das armas da resistência. Porém preciso ofereça-lhes um substituto para essas armas, que podem garantir a segurança de suas terras diante de qualquer agressão israelense; não podemos convencê-los com slogans e propagandas! O povo do sul e Baalbeck sofreu com a ocupação, os atentados e os assassinatos de Israel, e se não foi oferecido um substituto convincente, irá fracassar, especialmente porque as armas da resistência agora fazem parte da doutrina nacional que eles provaram sua eficácia e seu valor através de guerras e conspirações ao realizar façanhas.
Cuidado com insultos religiosos em manifestações e nas redes sociais
Os atos de violência que ocorreram recentemente durante os protestos do sábado, os ataques contra o exército e as forças de segurança e contra a propriedade privada e pública, piores que os insultos contra figuras religiosas simbólicas devem ser condenados.
Como tal, devo lembrar:
* Nossa posição foi firme e inequívoca após os protestos de 17 de outubro: não enfrentar o exército, não insultar figuras políticas e religiosas simbólicas e não bloquear estradas, não vandalizar propriedades públicas e privadas. Repetimos essa posição várias vezes por um motivo simples: esses métodos são ineficazes, pior e’ que eles espalham rancor e ódio entre as pessoas.
* Insultos contra símbolos religiosos nas redes sociais são inadmissíveis. Estamos testemunhando uma forma de depravação ética e moral nas redes sociais e há uma dificuldade em controlar esse tipo de insulto, principalmente porque eles causam conflitos sectários. Vimos o que aconteceu quando insultarao Imam Ali (P) há alguns meses atrás, ou quando recentemente insultarao Sayyda Aicha, a mãe dos crentes e a esposa do profeta Mohammad (S). É o mesmo para os símbolos religiosos cristãos.
Se não podemos controlar esse tipo de insulto, a mídia deve abster-se de divulgá-lo, pois serve aos agentes dos EUA ou à entidade sionista e aos inimigos do Líbano.
Devemos agir com responsabilidade, porque isso faz parte de nosso dever religioso e nacional com o país. Vou lhe dizer como evitar ser pego nesses insultos diante dos cenários de discórdia e discórdia. Quem usou estas palavras de insultos é responsável direto por suas palavras, nem seu pai, nem sua família, nem sua comunidade, nem mesmo seu partido. Por que colocar combustível no fogo? Devemos nos armar com a razão, e quero advertir que, se eu insistir nesse ponto, é porque esse tipo de ato provavelmente se repetirá e é o caso de toda a região. Portanto, é dever moral e religioso dos líderes e comunidades religiosas e políticas acalmar os espíritos e as almas quando esse tipo de insulto é publicado nas redes sociais ou durante movimentos de protesto. Não devemos procurar na história despertar a opinião pública, como alguns fizeram recentemente.
Cuidado com a violência e acusações injustas contra a dupla xiita
Com relação aos atos de violência que eclodiram no sábado em Beirute e Trípoli, esses atos são condenáveis em todos os termos. A fome não justifica quebrar a propriedade das pessoas e atacar o exército. Por causa de rumores, os eventos evoluíram drasticamente em Beirute, no entanto, de sábado a hoje, a dupla xiita é acusada de ter causado esses eventos.
Lembro: Trípoli também viveu os mesmos eventos que os de Beirute, foram os xiitas que foram a Trípoli para quebrar? Peço às autoridades competentes que investiguem e acrescentem minha voz aos deputados de Beirute, que exigam uma investigação para denunciar os autores desses ataques e atos de vandalismo.
Essas acusações difamatórias contra os subúrbios xiitas são injustificadas, injustas e inaceitáveis. É verdade que no último sábado concordamos com o movimento Amal e com o exército em bloquear as estradas para evitar qualquer infiltração de motociclistas suspeitos nas manifestações, porque não queríamos impedir o menor transbordamento, ou ao memos um tapa. Isso é contra o nosso interesse, apesar disso, os motociclistas conseguiram se infiltrar entre os manifestantes para semear discórdia.
Diante do perigo de que uma região se levantasse contra a outra, pedimos a nossos homens encarregados de garantir a estabilidade para fechar as estradas para impedir que o cenário se repetisse no sábado, faremos tudo para impedir a guerra civil, para impedir qualquer confronto nas ruas, mesmo que exija nossa presença no terreno sem armas, ou seja, os homens de Amal e Hezbollah sairão às ruas no interesse público do país.
Nos subúrbios do sul, vivem um milhão de pessoas de várias religiões: sunitas, cristãos, drusos, além dos palestinos nos campos. Certamente a maioria é xiita e, portanto, ninguém pode afirmar que, se uma pessoa deixa os subúrbios, ela necessariamente pertence ao Hezbollah! Isso não é lógico e, portanto, não há dúvida de que não devemos intervir se as ameaças foram estabelecidas.
A pior parte é que, se um xiita insulta contra tal e qual, automaticamente acusam o Hezbollah! Por que essas acusações quando todos dizem que o Hezbollah e Amal não representam todos os xiitas? Que contradição!
Como exemplos de rumores espalhados em todas as direções: os caminhões que estavam presos em Trípoli sob o pretexto de transportar alimentos do Hezbollah para a Síria! Mas o que mais é essa comédia burlesca? Por que ir a Trípoli para passar nossos produtos quando logicamente é mais fácil para nós e certamente mais seguro fazê-lo no Bekaa?
A depreciação da lira libanesa e os papéis dos EUA
A ascensão do dólar e a queda da libra libanesa sem contar suas repercussões no comércio, no desemprego e na moral do povo representam um desafio e, portanto, não se pode agir como se nada tivesse acontecido.
Normalmente, o aumento do dólar está ligado à oferta e demanda. No Líbano, há mais demanda pelo dólar, especialmente pelo fato de haver uma dolarização da economia libanesa. Recentemente, no entanto, a oferta do dólar tem sido fraca. Vá descobrir por que os dólares não estão em quantidades suficientes no mercado. Segundo nossas informações, os americanos estão impedindo a transferência de dólares para o Líbano em quantidades suficientes.
Os americanos estão pressionando o Banco Central a não liberar dólares para o mercado libanês, sob o pretexto de que o Hezbollah está comprando dólares para enviá-los ao Irã e à Síria. O Tesouro dos EUA e o Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros dos EUA e o Embaixador dos EUA no Líbano estão impedindo que o dólar seja transferido para o Líbano. Essa é a realidade.
Quando você protesta contra o aumento do dólar, precisa saber contra quem vai fazer isso. As autoridades judiciais e de segurança devem percorrer todo o caminho para revelar a verdade. O Hezbollah não compra dólares para enviá-los a ninguém. Saiba que somos nós que trazemos dólares para o Líbano e não coletamos os dólares que estão no mercado libanês.
Desde 2019, um banco transferiu dezenas de milhões de dólares para fora do Líbano, protegido por partidos políticos conhecidos. Desde setembro de 2019 e até fevereiro de 2020, 20 bilhões de dólares foram transferidos para fora do Líbano e surge a pergunta: quem os transferiu em alguns meses para fora do país? Não devemos investigar um banco que compra dezenas de milhões de dólares? A questão do dólar é uma conspiração contra o Líbano e os libaneses, o banco em questão não coletou esses dólares para enviá-los para a Síria, então há alguém que está liderando a alta do dólar para causar um efeito dominó econômico no Líbano.
Devemos saber quem é nosso inimigo, quem quer nos matar. A ascensão do dólar, portanto, não é uma questão reduzida à dos cambistas que atuam no mercado negro, certamente eles são responsáveis por seus crimes, mas essa maneira de simplificar a causa da subida do dólar é uma maneira para esconder o verdadeiro criminoso neste caso.
E, portanto, nosso problema é complexo porque está vinculado aos EUA. Então o que fazer?
Livrar-se da hegemonia do dólar
As soluções:
O governo incentiva o banco central a liberar dólares para fornecê-los ao mercado, monitorar os cambistas, o mercado de câmbio, e assim o aumento do dólar não é mais uma questão econômica. Está agora ligado à segurança nacional do Líbano, e, portanto, a justiça e as forças de segurança são obrigadas a intervir e resolver esse assunto. O povo libanês deve ser mais razoável e não se deixar levar pelos boatos que surgem nas redes sociais.
Um novo elemento: dirijo-me a todos os libaneses e sugiro a eles como reduzir nossas necessidades em dólares. Como nos libertar da hegemonia do dólar para comprar medicamentos, petróleo, produtos alimentícios, especialmente que o banco central fica sem dólares?
Podemos nos libertar do dólar? Podemos encontrar um Estado que nos venda matérias-primas em libras libanesas? Penso no Irã e também em outros países. É a primeira vez que falo sobre isso. Ainda não discuti isso com nenhum país ou com os iranianos. Podemos perguntar se eles concordam em vender-nos com a lira libanesa o que precisamos? Ou podemos usar este sistema de troca para suprir nossas necessidades?
Se abrirmos esta porta, estamos oferecendo ao nosso país uma oportunidade de recuperação. O valor de nossa lira libanesa aumentará, a roda econômica será retomada e com a produção agrícola e industrial. Dirijo-me a todos os libaneses porque são eles que devem decidir e nos ajudar, se as forças políticas recusarem tal opção, porque eles temem os EUA.
A menos que você prefira permanecer nas garras dos EUA, que humilha diariamente por alguns dólares seus próprios aliados, sejam árabes ou até europeus!
A proposta chinesa
Há também o caminho para a China: minhas informações confirmam que as empresas chinesas estão prontas para nos apoiar financeiramente investindo em projetos lucrativos, como a construção de usinas de energia no país e de uma ferrovia que liga Trípoli a Naqoura. Até eles estão prontos para investir no projeto do túnel que liga Beirute ao Bekaa, cujos benefícios são reconhecidos por todos.
Portanto, existem soluções: Por que ficar nas garras dos EUA?
Francamente, não podemos continuar assim, as negociações com o FMI serão longas e a conferência Cesar só poderá ser desbloqueada com o acordo dos EUA. Saiba que os EUA não têm interesse no bem-estar do Líbano e dos libaneses. Tudo o que lhes interessa no Líbano é garantir a segurança de « Israel », a de suas fronteiras marítimas e terrestres, nem os interesses americanos são a prioridade dos EUA na região, mas os de Israel exclusivamente.
Além disso, os EUA não sabem o significado dos termos amigos ou aliados, veja como ele se comportou com a Alemanha. Com arrogância e sem respeito! A Alemanha nem sequer foi informada da decisão dos EUA de retirar suas forças, soube disso através da mídia.
Se os EUA querem punir o Hezbollah, deixe-o fazer isso! Por que, então, quer punir todos os libaneses? É assim que eles se comportam o tempo todo. Sempre que os americanos querem sancionar um regime que não lhes convém, punem um povo inteiro! Eles fizeram isso com Venezuela, Cuba, Síria etc.
Armas contra a fome? Temos outra equação
Aqueles que apostam em trazer de volta o público da resistência contra o Hezbollah devem saber que estão muito errados. Aqueles que propõem a equação « armas contra a fome » estão enganados. Temos outra equação mais perigosa que não revelaremos no momento e que deixamos para ser revelada quando for necessário.
A equação que você propõe é como a proposta que poderíamos fazer para uma família que mora em uma casa com um jardim e que possui armas para se defender dos lobos que o cercam, perguntando a ele entregar suas armas em troca de comida. Se eles obedecerem, essa família poderá ter comida, mas o que farão se os lobos os atacarem. Como ela vai se defender?
Veja o Iêmen, o secretário geral da ONU, removeu da lista negra a coalizão saudita por seus crimes contra crianças, mas, no mesmo dia, essa coalizão bombardeou um prédio matando crianças! Quem os protegeu?
Se você nos pedir para nos rendermos em troca de pão, dizeremos não. Não vamos depor os braços nem morrer de fome. Vamos impedir o Líbano de morrer de fome. Quem quiser nos matar com armas ou fome, diga a ele que o mataremos. Nós o mataremos. Nós o mataremos.
A Lei de César, outro sinal da vitória da Síria
Eu insisto e repito. Sim, a Síria derrotou a guerra universal, militar, geograficamente, politicamente no país. E a Lei de César é mais uma prova disso. É a última arma dos EUA contra a Síria para fazê-lo dobrar. Trata-se de cercar a Síria, sufocando-a economicamente, causando entre outras coisas a queda da lira síria.
Lembro-me: alguns anos atrás, no início da crise síria, quando Damasco estava cercada militarmente por terroristas, eu disse então que os aliados da Síria não deixarão este país, e repito hoje, novamente, esses aliados apoiarão a Síria em sua guerra econômica.
Sabendo que a Síria está trabalhando nas medidas a serem tomadas para paralisar esse ato. O povo sírio é obrigado a se unir, a fim de impedir qualquer tentativa de desvio destinada a romper a unidade da Síria.
A Lei de César provavelmente será mais prejudicial ao Líbano do que a Síria, porque a Síria é nossa única saída de terra para o mundo. Nossas exportações, nosso comércio só podem ser feitos através da Síria. Além disso, a Síria oferece às empresas libanesas a oportunidade de participar de sua reconstrução. Até o ex-primeiro-ministro Saad Hariri havia expressado que as empresas libanesas deveriam compartilhar os seus trabalhos com o país vizinho.
Além disso, aqueles que querem fechar as fronteiras com a Síria gostariam de abri-los com « Israel », como está sendo feito com alguns países árabes.
Exorto os libaneses a não se submeterem ao ato de César, cujo objetivo é matar de fome o povo sírio e libanês. Todas as oportunidades estão abertas para sair da crise, é por isso que o governo americano está querendo nos sufocar para nos dobrar na frente de « Israel », mas isso não acontecerá.
A situação econômica no Líbano é uma guerra, igual nossa luta contra o corona vírus, e devemos enfrentá-la com um espírito de guerra, porque temos muitas capacidades para nos defender.
FIM
Source: Al-Manar