Discurso do Secretário Geral do Hezbollah, Sayed Hasan Nasrallah, no dia do Mártir, no sábado 11 de novembro 2023
Redação do site
O Secretário-Geral do Hezbollah, Sayed Hasan Nasrallah, afirmou neste sábado, 11 de novembro, que a agressão em curso em Gaza constitui um desenvolvimento perigoso, importante e excepcional, observando que estes crimes fazem parte da brutal vingança israelita.
No seu discurso por ocasião do Dia dos Mártires, Sayed Nasrallah disse que: “O Dia dos Mártires foi escolhido após a operação contra o quartel-general do governador militar israelita em Tiro. Um dos resultados que não podemos esquecer, o rosto inexplicável e cheio de raiva, do Primeiro-Ministro israelita na época Sharon, ao posar em frente ao prédio do governador após esta operação específica realizada pelo príncipe dos mártires, Ahmed Qasir.
Sublinhou que os objetivos mais importantes dos crimes de ocupação são forçar os povos da região a desistir da reivindicação dos seus direitos, entretanto, levar os habitantes a renderem-se e a esquecerem da sua terra, os prisioneiros, os santos lugares e a Palestina.
Sayed Nasrallah acrescentou que o inimigo está a enviar mensagens ao Líbano através dos crimes e assassinatos deliberados e brutais que comete em Gaza, sublinhando que: “A ocupação ainda comete erros e todos os seus objetivos irão falhar. Os massacres que cometeu ao longo da história, incluindo Deir Yassin, são testemunho disso.”
Para o líder do Hezbollah, “A cultura de resistência desenvolveu-se de geração em geração apesar dos massacres, até ao advento da grande façanha das Brigadas Al-Qassam em 7 de outubro”.
O Secretário-Geral do Hezbollah lembrou que :“Os crimes cometidos pela ocupação nas últimas décadas e mesmo a agressão de julho de 2006 não levaram os libaneses a abandonar a resistência”, acrescentando que :“São os israelitas que deveriam desesperar-se para alcançar os seus objetivos e não o nosso povo, cuja escolha acabou por ser a da vitória, da libertação e da dignidade”.
Acrescentando: “Há meios de comunicação árabes e escritores árabes que ajudam, intencionalmente ou não, a alcançar o objetivo israelense, mais isso irá falhar”, afirmando que: “O inimigo inflige muitas perdas a si próprio, incluindo a revelação da sua realidade bárbara o que fica cada vez mais clara”.
Nasrallah sublinhou que :“O nosso povo não se desesperará porque a sua única opção é resistir, não se render e submeter-se, mesmo que os sacrifícios se tornem excessivos, como está acontecendo em Gaza e na Cisjordânia”.
Ele acrescentou: “Se os nossos povos rejeitaram a normalização independentemente da vontade de alguns governantes antes dos massacres em Gaza, então, depois desta brutalidade, a sua rejeição da normalização com o inimigo será mais forte e mais dura”.
Continuando: “A ocupação desferiu golpes fatais nos projetos de normalização que procura, e a posição do nosso povo que rejeita esta normalização será mais severa”, qualificando “Como importante a mudança na opinião pública mundial, particularmente da opinião ocidental, como o que está acontecendo nos Estados Unidos e na Europa.”
Sayed Nasrallah sublinhou que: “A ocupação está agora sob a pressão do tempo e só é apoiado pelo regime americano e depois pelo regime britânico”, explicando que “Quem gere, decide e lidera esta batalha é a administração norte-americana”. E, portanto, toda pressão deve ser dirigida aos americanos.”
Cimeira Árabe-Islâmica
Sobre a cimeira árabe-islâmica, Sayed Nasrallah afirmou que: “Os palestinianos exigem da cimeira que reúne pelo menos 57 países em Riade que saia com uma posição unificada”.
“Os palestinianos esperam que a cimeira de Riade possa exercer pressão sobre os Estados Unidos para parar esta agressão, e também esperam que a passagem de Rafah esteja aberta para a entrega de ajuda e a transferência dos feridos.”
A Resistência em Gaza
Sobre os combatentes da Resistência em Gaza, Sayed Nasrallah declarou que :“Apesar da dolorosa realidade psicológica, eles lutam e confrontam com coragem as brigadas mais fortes da elite israelita, o que testemunha a impotência de Israel”.
Sublinhou :“Que Israel não conseguiu nenhum feito que possa apresentar ao seu público”, indicando que :“A criatividade da Resistência é decisiva e que o desafio hoje está no terreno da batalha”.
Segundo Nasrallah, “A ocupação ainda é incapaz de apresentar uma imagem de ‘vitória’ para si mesma ou uma imagem de ‘derrota’ da resistência”, especificando que :“A escalada da Resistência na Cisjordânia poderia forçar a ocupação a retirar-se parte das suas forças das fronteiras com Gaza e o Líbano”.
Iémen
Relativamente ao apoio do Iémen a Gaza, o Secretário-Geral do Hezbollah considerou que :“Os ataques com mísseis e drones das forças iemenitas contra alvos israelitas exigem consequências significativas. Não importa se alguns deles foram interceptados ou não.”
Nasrallah afirmou a importância do apoio das forças armadas iemenitas à Palestina é que elas são ao mesmo tempo um exército e uma resistência, acrescentando que :“O inimigo foi forçado a transferir parte das suas defesas aéreas, da sua Cúpulas de Ferro e do seu Patriota do sul e ao norte da Palestina em direção a Eilat”.
Concluiu também que: “Os abençoados ataques das forças iemenitas levaram a mais pressão sobre o governo inimigo através do deslocamento dos seus colonos”.
A Resistência Iraquiana
Quanto às operações da Resistência Iraquiana, Sayed Nasrallah sublinhou que :“As operações contra alvos americanos apoiam os palestinos e servem a ideia da libertação do Iraque e da Síria”.
Acrescentou que :“Os americanos reconheceram que houve 46 ataques contra as suas bases na Síria e no Iraque e que 56 dos seus soldados ficaram feridos”, sublinhando que: “As operações da Resistência Iraquiana são uma questão de coragem notável contra os americanos, cujas frotas lotam a região”.
Acrescentou que : »Os americanos emitiram ameaças para pressionar a Resistência no Iraque, Iémen e Líbano e usaram todos os canais para transmitir mensagens », insistindo que « Se os americanos querem acabar com estas operações contra eles, devem parar a agressão contra Gaza”.
A frente síria
Em relação à frente síria, o Secretário-Geral do Hezbollah indicou que: “A Síria carrega um fardo muito pesado, além da sua posição decisiva, acolhe a Resistência e os movimentos de resistência e suporta as consequências”.
Ele continuou: “Não creio que haja alguém exigindo que a Síria, como país e povo, forneça mais do que oferece, enquanto está emergindo de uma guerra global e lutando contra o ISIS com a proteção americana, e apesar de todas as feridas que sofreu, a Síria ainda está na sua posição firme e incubando a resistência.”
Ele acrescentou: “Os últimos drones que atingiram o Eilat registrou uma grande conquista, apesar que o Eilat está protegido pelos americanos, por Israel e até pelos árabes, e o inimigo não conseguiu identificar a fonte dos misseis, acusou o Hezbollah de ser o responsável, assim bombardeou uma de nossas formações na Síria, portanto, vários de nossos mártires faleceram.
Apoio do Irã
Em relação ao Irã, Sayed Nasrallah sublinhou que: “Se a Resistência no Líbano, na Palestina, bem como os movimentos de resistência na região gozam de força, é graças à bênção dos líderes iranianos”.
Segundo Nasrallah, “O Irã não poupou oportunidades para apoiar a resistência, para que o povo da região possa perseverar, apesar de todas as ameaças”.
Ele reiterou que: “Irã não decide em nome dos movimentos de Resistência, mas continuará a ser o seu protetor e escudo de apoio”.
As operações da Resistência no Líbano continuarão
Sobre a frente libanesa, Sayed Nasrallah declarou que :“As operações da Resistência islâmica continuarão apesar de todas as medidas preventivas da ocupação”.
“Apesar dos drones armados do inimigo, que constituem uma nova arma que não foi incluída na agressão de julho de 2006 (contra o Líbano), as operações continuam e equivalem a um ato de martírio.”
O líder do Hezbollah relatou: “Uma melhoria nas operações de resistência a nível quantitativo e qualitativo”, referindo-se “Ao uso de novos tipos de drones e mísseis em operações de resistência”, como o míssil ‘Burkan’ que pesa até meia tonelada « .
O secretário-Geral do Hezbollah indicou ainda: “Que há um aumento das operações da resistência no Líbano contra a ocupação nas profundezas da Palestina ocupada”, sublinhando que: “Os meios de comunicação israelitas reconheceram a chegada aos hospitais de mais de 350 israelitas feridos, a maioria com ferimentos graves”. A autoridade de ocupação impõe um blecaute às suas perdas, tanto entre os seus soldados como entre os seus colonos.
Ele prosseguiu dizendo que: “A Resistência Islâmica informou oficialmente ao inimigo que não tolerará ataques contra civis”.
Sayed Nasrallah referia-se aos veículos de batedores afiliados ao movimento Amal que foram alvo de ataques da força aérea israelense. Além do bombardeio contra o carro onde faram martirizadas a avó Samira Ayoub e das suas três netas, Rimas, Taline e Layane.
Nasrallah afirmou que :“A resistência respondeu diretamente a esta agressão visando o assentamento de Kiryat Shmona usando mísseis Katyusha”.
O líder do Hezbollah revelou ainda que: “A resistência lança diariamente drones de reconhecimento em direção às profundezas da Palestina ocupada, até Haifa, e que alguns deles regressam com imagens e outros são abatidos. E adoramos quando alguns dos seus drones não regressam, à medida que a ocupação esgota o seu sistema de defesa aérea e recorre ao Patriot e às vezes envia os seus helicópteros e F-35 para os abater. »
E acrescentar: “A ocupação reconheceu a intensificação do nível de ataques por parte da resistência e que, portanto, o seu nível de ansiedade aumentou”, acrescentando que: “O elevado nível de ansiedade dentro da entidade ocupação levou a um aumento de nível de ameaças contra o Líbano”.
Sayed Nasrallah sublinhou que a frente sul com a Palestina ocupada continuará a ser uma frente de pressão, elogiando o ambiente propício à resistência.
Indicou “:Que existe no Líbano uma posição geral de solidariedade com Gaza e que apoia ou admite as operações da resistência, com exceção de certas vozes consideradas anormais”.
Explicou que: “A posição geral no Líbano constitui uma posição de apoio e faz da frente sul uma frente eficaz e influente”.
“A última palavra do Hezbollah nesta batalha vai para o terreno que age e fala, e então somos nós que expressamos estes desenvolvimentos.”
Acrescentou que: “Estamos numa batalha de firmeza, paciência, acumulação de conquistas e do tempo que a resistência e o povo precisam para derrotar o inimigo”.
Sayed Nasrallah considerou ainda que :“São os sacrifícios acumulados que levam o inimigo a aceitar a derrota, a reconhecê-la e a praticar o ato da derrota”.
E insistir: “O inimigo ficou confuso, e esta confusão reflete-se nas declarações contraditórias de Netanyahu e do seu chefe de gabinete”.
“O tempo não está do lado do inimigo. Falhou no terreno em subjugar Gaza, para além da mudança na opinião mundial e do seu medo da expansão da batalha em várias frentes”.
Para Sayed Nasrallah, “Todos os fatores, incluindo a questão dos prisioneiros, irão pressionar o inimigo, e devemos continuar a fazê-lo”, lembrando que :“As pessoas que mais sofrem são os habitantes de Gaza”.
E para concluir: “O inimigo não conseguirá atingir todos os seus objetivos apesar dos massacres que comete”, prometendo a todos os nossos mártires ,
“Continuar este caminho para preservar os seus objetivos e acumular os seus ganhos para alcançar a vitória que sem dúvida chegará”.
FIM
Source: Al-Manar