A parte política do discurso do Secretário-Geral do Hezbollah Sayyed Hassan Nasrallah para a primeira noite de Ashura no sábado, 31 de agosto de 2019.
Idéias principais:
Primeiro: Desde o domingo passado, o Líbano passou por circunstâncias especiais. Assim como o inimigo israelense.
A posição oficial libanesa deve ser levada em consideração: a do presidente libanês que afirmou ser uma declaração de guerra. É o mesmo para o chefe do parlamento, para quem esse tipo de posição é comum, ele os coroou hoje em seu discurso por ocasião do desaparecimento do Imam Moussa Sadr e de seus companheiros. Sem esquecer que essa posição é importante e avançada. Da mesma forma para o Alto Conselho de Defesa. Em todo lugar, encontramos essa noção do direito dos libaneses de defender sua soberania, seu território. Nas posições dos diferentes partidos e da população, existe um consenso nacional especificando o ato como uma agressão ao Líbano. Além disso, podemos ver que existe pessoas sem valores consideráveis, espalham boatos sobre essas ações agressivas.
Não podemos deixar de mencionar a afirmação do Netanyahu por ser o responsável pelos ataques no Iraque e no Líbano.
Essas posições do governo libanês devem ser bem lidas, paralelo as frequentes tentativas do inimigo que trabalham para incitar as pessoas, o estado libanês e a base da resistência contra a própria resistência.
Deveríamos agradecer em especial o Presidente Nabih Berri (Chefe do Parlamento) e sua declaração em apoio ao corpo da resistência libanesa, e seu apelo aos membros do Movimento Amal para que estejam prontos em caso de qualquer nova agressão. Isso significa que a resistência está em total harmonia e firmeza.
Segundo: Referente ao que tinha dito no domingo gostaria de esclarecer várias observações: Minha intenção foi que a resposta sairá do Líbano e não das aldeias de Shebaa. Alguns entenderam que a resposta será contra os agentes, afirmo que estamos trabalhando sobre isso também. Com isso, queria apontar que as aldeias de Shebaa são parte do Líbano e devem ser libertadas e fazem partes dessa história.
A resposta não será das aldeias de Shebaa, porque no passado a nossa resposta esteve neste local, como um resultado do ataque aos mártires de Qunaitra e ao assassinato de Samir Quintar. Agora afirmo com precisão: a nossa resposta sairá de qualquer parte do Líbano e não necessariamente das aldeias de Shebaa.
Vimos como os israelenses se sentiram tranquilizados, o que não os impediu de lançar bombas iluminadoras nas aldeias de Shebaa.
Terceiro: Falei no domingo passado sobre drones que protagonizaram o ataque contra os subúrbios do sul. As analises feitas sobre o meu discurso não foram precisos suficientes. Por isso, esclareço: « Fomos muito pacientes com os drones israelenses, desde o ano 2000 e em precisão depois do ano 2006 ». « São violações diárias, por meio de drones, que ameaçam o espaço aéreo libanês além da questão da segurança em geral ».
Temos que trabalhar para interceptar estes drones. É um direito próprio que não utilizamos desde 2000. Na comunidade internacional, ninguém fez os esforços necessários para impedir as violações desses dispositivos. Para isso, declaramos que os drones não serão atacados um por um. O ponto crucial é deixar os israelenses se sentirem perturbados com medo de lançar outros ataques no Líbano.
Desde o meu ultimo discurso, vimos que os drones israelenses voaram com mais altitude por medo de serem atacados por nossos mísseis. Isso indica um avanço considerável referente à nossa posição de defesa.
Não podemos interceptar cada drone, caso contrário, os israelenses enviarão inúmeras dezenas de drones para ousar e assediar a resistência da força aérea. Temos que fazer esse trabalho com precisão e de acordo com cálculos muito precisos.
Quarto: Depois dos últimos atos feitos pelo inimigo israelense nos subúrbios de Beirute retificaram o acontecido, estamos convencidos de que isso foi uma ofensiva. Quando discursei no domingo passado, ainda não tínhamos examinado os drones e ainda não tínhamos visto que o primeiro carregava uma carga explosiva quando pensamos que fosse um dispositivo de coleta de informações. Mas quando os especialistas da Resistência descobriram a existência de uma carga explosiva de 5 kg, entendemos que os dois aparelhos tinham a intenção de fazer um ataque.
Uma das eventualidades mais prováveis é que o drone em questão aterrissaria e liberaria sua carga explosiva em um local específico. Da mesma forma para o segundo. Isso indica que a explosão é controlada remotamente por terceiros, para que a explosão seja de natureza ou origens desconhecidas e os israelenses não sejam acusados diretamente ou, pelo menos, não há evidências de seu envolvimento.
O pretexto que Netanyahu gostaria de anunciar para justificar sua agressão: A presença de fábricas de mísseis de alta precisão. É por isso que a mídia afirma que foi uma fábrica de mísseis de alta precisão que foi alvejada.
Sei que se tivéssemos fábricas de mísseis hipersônicos, eu o teria declarado em voz alta, porque é um direito à resistência, ao Líbano e os libaneses. Temos mísseis hipersônicos que são suficientes para nós. Não temos essas fábricas de alta precisão, caso contrário, vai ser declarado abertamente e no mesmo dia em que o teríamos adquirido. Eu teria anunciado com orgulho, porque é uma força de força.
Os israelenses que fabricam armas nucleares e químicas não têm o direito de vir e discutir quais armas o Líbano tem o direito de adquirir. Portanto, afirmo que não temos nenhuma. Tudo isso não sai de uma mentira descarada e apenas um pretexto para Netanyahu justificar sua agressão.
Desde 2006, devido o estabelecimento da balança de poder e de dissuasão e medo, Netanyahu não encontrou nada como desculpa. Ele quer uma nova desculpa para mudar as regras do engajamento. Precisa de um pretexto de grande importância, que vale a pena para convencer o seu povo e para apontar as fábricas de mísseis hipersônicos como alvo, porém ele mente e apresenta informações falsas. Por outro lado, no que diz respeito a nós, temos inúmeras causas para revidar.
Portanto, alguns alvos podem estar relacionados ao arsenal da resistência, mas não estão relacionados a essas plantas.
Repito: Estamos prontos para qual quer confronto e tudo que precisamos na batalha já está em nossas mãos no Líbano.
Dirigindo a palavra para Netanyahu pessoalmente, Sayyed Nasrallah avisa: « Você está vendendo vento e mentiras para o seu povo, para a opinião internacional além de certas pessoas de mentalidade fraca fechada no Líbano. ».
A afirmação de responder aos ataques é uma decisão final.
Nos últimos dias, todos, até os atores internacionais firmaram a ideia de que a resposta é compreensível e legítima, mas pediram às autoridades libanesas que convencermos em abster-se. Algumas mensagens chegaram até nós e são risíveis. Eu vou falar sobre isso em outro dia.
Passamos pelo momento mais ridículo da história: os manequins nos tanques israelenses na fronteira. Isso mostra o nível de medo e fraqueza aonde chegou os israelenses.
Por isso, sempre trabalharemos no principal ponto que é o restabelecimento das equações de balança de poder que vigoraram para consolidar as regras do engajamento.
Esses drones que possuem hélices como helicópteros se posicionam verticalmente e se o céu estiver aberto, esses aparelhos podem pousar em qualquer telhado de casas, prédios, caminhões, carros ou fabricas. Eles podem executar suas tarefas sem serem percebidos e depois de se afastarem, sua explosão é controlada remotamente.
Isso abriria a porta para novas ondas de assassinatos no Líbano, sem deixar vestígios, e sem saber as suas origens, e talvez seja isso que eles queriam deixar claro no Iraque.
Não podemos tolerar sob nenhuma circunstância essa situação.
Os israelenses devem pagar o preço desta agressão como parte da responsabilidade.
A resistência não precisa especificar qual será a natureza da sua resposta e nada a impedirá de responder.
Analistas, jornalistas e pessoas nas redes sociais iniciaram análises para adivinhar qual seria a resposta. Tudo o que eles disseram foi baseado em especulações e previsões e não em dados oficiais da resistência. Também digo com sinceridade que não precisamos fornecer informações para que o inimigo permaneça perplexo e perdido.
A questão está nas mãos dos comandantes da resistência no campo de batalha. Cabe a eles decidir onde e como. Tudo o que precisamos de vocês é orar para que a operação tenha sucesso para a restauração da dissuasão com o inimigo.
Não é permitido que o nosso país ficasse à sua mercê. Devemos estar prontos para todas as suposições e reações. Saiba que a resistência age com precisão e responsabilidade. E o resto volta para Deus.
Source: Al-Manar